Ligia Silva: O Rio Grande do Norte cheira a morte
- por Ligia Silva
- 18 de jul. de 2017
- 2 min de leitura
O Rio grande do Norte atingiu o número de mais de mil mortes violentas este ano. A violência contra a Mulher e mortes por feminicídio cresceram 28% em seis meses. Mesmo com todo o histórico de violência do ano passado, doze policias foram mortos em apenas seis meses. O 'Estado' que nos encontramos é de calamidade.
Um histórico de violência não nasce da noite para o dia. São anos de abandono, são anos de fraudes, são anos de desvios milionários que poderiam dar a todos nós norte-riograndenses, mais qualidade de vida, mais segurança. Em falar em segurança, foram vários secretários de segurança em menos de 4 anos.
Vários secretários que não conseguiram impedir o tráfico de drogas dentro dos presídios, nem uma das maiores rebeliões prisionais que o Brasil já viu. A rebelião do presidio estadual de alcaçuz deixou oficialmente 26 presos mortos, e ONGs que representam os direitos humanos julgam que o número seja maior.

Imagem: Ilustração
O Rio grande do Norte deixou de ser conhecido por suas lindas praias, deixou de ser conhecido por sua rica cultura, para ser conhecido como um dos estados mais Violentos do Brasil. O simples fato de abrir um negócio, andar de ônibus ou sacar dinheiro no banco, tornaram-se atividades estressantes. Não vemos luz no fim do túnel, não vemos ação dos governantes, apenas desculpas e frases de efeitos que não trazem vidas de inocentes de volta.
Verônica, Micaela, Carlos são nomes de pessoas comuns, mas esses nomes tinham vida, uma vida comum de sonhos que foram interrompidos por uma arma de fogo, por um assalto, por uma Troca de tiro. Único defeito desses cidadãos? Não ser parente de político, assim, a vida deles não passaria em vão, mas são hoje apenas corpos para estatísticas de violência.
O Rio grande do Norte cheira a morte, assim como na música de Edson Gomes, Campo de Batalha: "Lágrimas nos olhos. Tristeza na face. O peito apertado, pois sabe, pois sabe, que alguém vencerá, alguém vencerá, alguém morrerá enfim". Todos os dias acordamos com a pergunta, "quem morrera hoje?" Vivemos numa guerra, num campo de batalha que cheira a morte e a sangue a mercê da própria sorte.
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