Ligia Silva - Brasil, um país perfeito para se matar mulheres e não ser punido
- por Ligia Silva
- 30 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
Não é de hoje que a violência contra mulher é, de certa forma, lucro para as grandes emissoras de TV e a mídia em geral. O que mais me surpreende é como esses crimes hediondos tem sido naturalizados por outros meios, como por exemplo o esporte.
Nesses últimos dias temos visto a polemica envolvendo o goleiro Bruno e sua contratação pelo Boa Esporte. Para quem não lembra, Bruno foi acusado e condenado por mandar matar a modelo Elisa Samudio, que cobrava a pensão alimentícia do filho. Por esse crime, Bruno foi condenado a 22 dois anos de prisão em regime fechado, porém, Bruno recorreu e ganhou o recurso e espera novo julgamento, dessa vez, do lado de fora.
Isso mexeu comigo. Sou completamente a favor da ressocialização do apenado, desde que o condenado pague pelo que fez e assuma seus erros. Bruno tem todo o direito de recomeçar. Aí que está, Bruno não pagou pelo fez. Bruno ocultou um cadáver, deixando a família de Elisa sem direito a dar a moça um enterro e uma despedida. Bruno sequestrou o próprio filho. Bruno não assume os seus crimes como Homem, ou seja, Bruno é um covarde e não merece perdão.
Mau Bruno saiu da cadeia e já tem emprego como jogador, pedido de autógrafos, apoio da torcida e, o mais assustador, mulheres o apoiando. A decisão e as brechas que a justiça abriu com o 'caso Bruno' deu a entender que os crimes contra mulheres não são nada demais. Ele se encontra em posição de destaque, mesmo depois de cometer atrocidades contra suas mulheres. Temos cantores, empresários e deputados agredindo mulheres. Ser um agressor de Mulheres no Brasil é ter a certeza que em breve seu crime será esquecido.
Enquanto isso, quantas mulheres conhecemos que tem dificuldade de arrumar emprego porque tem filhos? Outras, porque tem mais de trinta anos. Sem falar na dificuldade que muitas mulheres no Brasil tem de obter a medida protetiva ou mesmo fazer um B.O na delegacia (quando se tem uma delegacia das mulheres na cidade).
A luta a favor das Mulheres é uma luta árdua, ainda mais no país mais perigoso da América Latina para meninas e mulheres viverem. Isso não é por acaso. Todos os poderes alimentam o machismo e silenciam as mulheres. Enquanto isso, corpos Femininos vivos ou mortos clamam por Justiça.
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