Ligia Silva - No lugar de flores, ofereça o respeito as Mulheres
- por Lígia Silva
- 8 de mar. de 2017
- 2 min de leitura

Falar em respeito quando se é Mulher é gritar dentro de um calabouço até ser ouvida. Na maioria das vezes, parece que nunca vamos ser ouvidas. O respeito é nosso por direito, mas nós mulheres, nós vemos todos os dias, horas e minutos implorando por ele.
Neste Dia Internacional da Mulher é comum que mulheres recebam flores, caixinhas de bombons, ursinhos, poemas e homenagens. Porém, o Dia Internacional da Mulher não nasceu num lindo jardim. Nasceu infelizmente, em cima da morte de dezenas mulheres operarias numa fabrica têxtil em New York. Elas pediam apenas melhores salários e condições de trabalho, mas morreram queimadas por causa da falta de segurança do local.
É triste analisar que o Dia Internacional da Mulher, nasceu de uma violência. As mulheres da fabrica têxtil tiveram que morrer para serem homenageadas. Tiveram que morrer para garantir direitos a outras mulheres. Se fomos fazer uma analogia aos tempos atuais, mulheres precisam morrer para provar a policia que as denuncias contra seu agressor são verdadeiras. Mulheres precisam ser estupradas para provar que não é culpa delas. Mulheres precisam apanhar para que haja campanhas que alertam sobre a violência contra a mulher. Isso não é triste?
Estamos em pleno século XXI e as diferenças não mudaram. Mulheres ainda são minoria em parlamentos, ainda recebem menores salários em cargo de chefia e, em países islâmicos, ainda são vitimas de uma violência primitiva. Há países em que ainda é negado o direito ao aborto e, por isso, mulheres morrem em clinicas clandestinas. Sem falar nos vários tipos de violência domestica, psicológica, abusos sexuais e assédio moral que temos que conviver no dia a dia.
Nenhuma flor vai apagar as falas machistas que temos que ouvir o ano todo. Nenhuma flor vai apagar o deboche que é dado a causa feminista o resto do ano. Obrigado pelas flores, mas deixem-as no jardim, elas precisam viver para desabrochar. Assim como eu preciso viver para existir. Hoje, no lugar de flores, bombons e poemas, experimente dá respeito e empatia quando uma mulher falar das coisas que a incomodam. Experimente, talvez não se arrependa. Até por que flores murcham, respeito gera frutos.
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